chave da porta da frente*

Casa feita de pessoas
manias diversas
complementares.

Casa com conforto
da amizade e da verdade.
Mi casa, su casa.
Nostra Casa.

Casa para acalmar o coração
Mundo onde temos razão
Terra de heróis
suspeitos e detetives

Uma espécie de refúgio
para nerds perdidos
incompreendidos
e apaixonantes.

Portas e braços abertos
para corações abertos.
sorte: entre e fique.
o chá é às cinco.

Eu quero!
Para sempre bem-vindo.
Para sempre ser bem-vinda.
mais um dia, todo dia.

*inspirado no post NA MINHA CASA.

Doubt*

We are so helpless
We are slaves to our own forces
We are afraid of our emotions

No one, knows where the shore is
We are divided by an ocean
And the only thing I know is
The answer them isn't for us

I always think after, you're gone
That we could hold each other tight
Tonight?


*Doubt is a status between belief and disbelief, involves uncertainty or distrust or lack of sureness of an alleged fact, an action, a motive, or a decision.

cotidiano de alguém

Acordou atrasada como sempre nessa semana. Ligou a cafeteira e o chuveiro. Planejou usar roupas que não tinha. Nunca acertava o clima lá de fora. Vestiu-se de fones de ouvido brancos e guarda-chuva vermelho. Entrou no meio de transporte para aquele cenário de tempos modernos. Sonhava com um super-homem que vencesse sua síndrome de mulher-maravilha. Sorria para muitos. Amava poucos. Anoitecia os dedos no teclado do computador. Daqui algumas horas estaria em casa para enfim não planejar o dia seguinte. Queria viver cem anos. Queria viver dias melhores. Queria ser o dia de alguém. Todos os dias. Até encontrar você e se perder de si mesma. Dançarina ao som de sua voz. Fim na ponta dos pés. Começo na ponta dos lábios.

fugitiva de si

A partir daqui
seguirei caminhando só
o caminho será só de ida.

Durante o percurso,
troco sempre os sapatos
para confundir sua busca

Eu deixarei pegadas falsas
para que nunca mais me encontre.

Enquanto fujo decidida
olho para trás em sua busca
e não reconheço meus rastros.

Nesta fuga,
me perco de você e de mim.

Lágrimas caladas

Pela epifania perdida. Por não suportar mais viver dessas migalhas de epifanias. Por pedaços e nunca inteiros.

Por esse hiato na minha pulsação. Esse nó na garganta. Essa certeza burra de que só se ama uma vez na vida de forma livre e sem medo.

Por essa constatação de que esse Amor já passou. Por ganhar os medos, o desespero, os traumas. E mesmo amando de novo e de novo, é diferente, não é mais O amor, não é mais A pessoa. Nada pode ser mais.

Pelo rumo que as coisas tomaram. Apenasmente pelo fato de ter que me convencer todos os dias com essa tal esperança que insiste em me afogar.

Então eu choro, e me encho de perguntas sem respostas e respostas afirmativas sem pergunta alguma. Constatações doem, é fato. A vida no fim dói. Para todos.

Hoje, mais em mim.

tão certa quanto o amanhã*

um dia perguntaram a ela: "o que faz da sua arte de sobreviver?"

e só o que ela fazia era pedir para falarem baixo

porque ela estava tentando morrer.

não relacionado a suicídio, ou coisas desse tipo.

ela apenas acreditava que viver, por si só, já era um suicídio.

para ela, viver é perder tempo.

porque cada segundo a mais é um a menos.

e ela já não sabia se este era mais um dia sem ele

ou menos um dia com ele.

mas ela pouco se importava

porque mais dia, menos dia, a vida ia.

e ela pensava:

"meus sonhos poderiam ser amanhã...".

e assim foi levando.

amanhã, amanhã, amanhã.

sem lembrar que ela é hoje.

todos os dias.

para alguém. alguns.

para ela.

*nuvemnoceu

Do ya think I'm sexy

If you want my body and you think I'm sexy
Come on, sugar, let me know
If you really need me just reach out and touch me
Come on, honey, tell me so