segunda-feira, 10 de agosto de 2009

tão certa quanto o amanhã*

um dia perguntaram a ela: "o que faz da sua arte de sobreviver?"

e só o que ela fazia era pedir para falarem baixo
porque ela estava tentando morrer.
não relacionado a suicídio, ou coisas desse tipo.
ela apenas acreditava que viver, por si só, já era um suicídio.

para ela, viver é perder tempo.
porque cada segundo a mais é um a menos.
e ela já não sabia se este era mais um dia sem ele
ou menos um dia com ele.

mas ela pouco se importava
porque mais dia, menos dia, a vida ia.
e ela pensava:
"meus sonhos poderiam ser amanhã...".

e assim foi levando.
amanhã, amanhã, amanhã.
sem lembrar que ela é hoje.
todos os dias.

para alguém. alguns.
para ela.


*nuvemnoceu

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