quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Nunca foi atendida.

Parece que ninguém consegue segurá-la.
Muitos tentaram, poucos entendem que seu gênio é independente e não o contrário.
Ela ouvia sempre. Seu carma. Homens caretas.
Ninguém parece enxergar que aquelas mãos delicadas escondem uma força inexplicável.
Às vezes, maioria das vezes, era como se algo a possuísse, e ela pressionáva-os contra o colchão, sofá ou parede, segurava-lhes as mãos, pescoço, outras seus cabelos, arranhava-lhes as costas e os beijava, mordia com voracidade. Os fracos ela dispensava fingindo ter sido dispensada. E poucos entendiam. Poucos restavam. Ela restava.

Ela queria ter dito que morre de vontade de fazer amor na varanda, na chuva e no terraço em noite de lua cheia.
O quanto ela te acha chato as vezes e o quanto ela te ama todas as outras.
Ela faz beicinho, queria dizer que não quer, que tem medo de que você suma sem explicações como os outros.

Tem medo de ter o corpo apertado contra o seu, olhar seus olhos claros, do seu beijo forte, sua mordida em seus lábios, pescoço e da sua língua alcançar sua orelha e ela perder as forças nas pernas, o chão e não conseguir abrir os olhos.
Sua orelha, sua vertigem, seu ponto fraco. Se segurar sua nuca com aquelas mãos gigantes e a beijar, ela não vai resistir, nem que quisesse, não poderia. Na verdade, ela nunca quis resistir.

Ela o amou desde a primeira vez que o viu com outra e se prometeu que aquele brilho nos olhos seria dela.
O amou até não suportar mais meus olhos opacos, chorando escondida, pedindo ao coração que o esquecesse.

Nunca foi atendida.

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